terça-feira, 8 de março de 2011

Meu vício é você...

A Marron consegue, por excelência, transmitir através de suas músicas, uma fonte viva de sentimentos que atravessam qualquer indivíduo apaixonado e apaixonante. 
As letras trazem, de forma ímpar, uma linguagem direta: aquilo que se expressa sem rodeios e subterfúgios. Cada palavra, acerta de fatal- e muitas vezes insensível, o peito de quem as ouve.
Em "O meu vício é você", Marron apresenta o vício que a paixão promove no sujeito, algo que nos torna, muitas vezes, irracional. Descartes também apontou para o vício do amor, ao dizer que a paixão nos afasta da razão. 
Essa dicotomia de razão e paixão atravessa todo o ser de um indivíduo que pensa mais no objeto de amor que em si mesmo. O amor, em sua efermeridade, deve ser egoísta e narcísico, pois devemos nos amar antes de amarmos qualquer pessoa.  Precisamos, ser antes de apaixonados, racionais. Mas, uma racionalidade não aristocrática e déspota, e sim, uma racionalidade que vê uma metapaixão.
O amor vicia, pois ele sempre pede mais. Em sua imperatividade, o amor manda, e o sujeito apaixonado obedece.

Amor tóxico


Uma seringa
Uma agulha
Anfetaminas
Medo e adrenalina
Tremores e dopamina.

Amor que vicia
Que entedia
Que entra nas veias
Que gera dependência
Que não mata a carência

Droga, droga de amor
Seja lícito ou ilícito
Tráz prazer e dor
Que torna meus sentimentos explícitos
Numa overdose de horror

Preciso desintoxicar-me
Calar-me, mortificar-me
Levantar-me e alegrar-me





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